Notícias

Começa hoje o debate sobre a CGPAR 42

Resolução, editada em agosto de 2022, segue política neoliberal de Paulo Guedes, que sucateava as empresas estatais e dizimava direitos dos trabalhadores

A comissão formada por representantes de empregados de empresas estatais e do governo se reúne, nesta quinta-feira (7), a partir das 11h, para iniciar as conversações sobre a Resolução 42 da Comissão Interministerial de Governança Corporativa e de Administração de Participações Societárias da União (Sest), editada em agosto de 2022, na época subordinada ao ministério da Economia, de Paulo Guedes.

A CGPAR 42 estipula que o custeio com a saúde dos empregados das estatais tem que ser dividido pela metade (50/50) entre empresas e trabalhadores. A reivindicação dos trabalhadores é que a resolução seja revogada e um novo texto, sem a estipulação deste teto, seja editado para substituí-la.

Leia também: Fenae participará de debate nesta quinta (7)

Na prática, a resolução atual compromete a situação financeira dos planos de saúde autogeridos pelas estatais, ao fazer com que as empresas públicas reduzam aportes financeiros, criando descasamento entre as receitas com mensalidades e os custos dos planos, obrigando a cobrança de valores maiores dos empregados para possibilitar a cobertura dos déficits e dos valores necessários para arcar com os custos. A medida afeta diretamente os planos de saúde de estatais, como a Caixa Econômica Federal, Petrobras, Correios, Embrapa, Casa da Moeda, Codevasf, Conab, BNDES, Serpro, Dataprev, INSS, entre outras.

“A CGPAR 42 é uma reedição, ainda mais prejudicial aos trabalhadores, do que a CGPAR 23, que foi revogada pelo Congresso Nacional de 2021, após intenso debate com os trabalhadores e a sociedade, durante a tramitação de um projeto de iniciativa da deputada federal Erika Kokay (PT-DF)”, explicou o secretário de Relações do Trabalho da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Jeferson Meira, o Jefão, que acompanha o debate sobre o tema representando a Contraf-CUT.

“Esta resolução faz parte das medidas tomadas para preparar a privatização de tudo o que for possível, que estavam sendo implementadas pelo Guedes. A intenção era sucatear as empresas públicas, retirar o máximo de diretos dos trabalhadores, para deixar as empresas ‘atraentes’ para os compradores” explicou Jefão. “Foi uma bomba-relógio armada pelo governo anterior para estourar no colo do atual governo. Mas, temos certeza de que o atual governo, que tem compromisso com a classe trabalhadora, não quer dar continuidade a esta política extremamente prejudicial aos empregados de empresas estatais e vai desarmar esta bomba”, completou.

Prejuízos aos trabalhadores

Para o presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae), Sergio Takemoto, “a CGPAR 42 é mais um obstáculo que temos de enfrentar para garantir a sustentabilidade e o direito a um plano de saúde viável e com qualidade a todos os empregados e aposentados do banco”, disse. “Hoje, os empregados da Caixa já sofrem os efeitos da limitação imposta pelo teto de 6,5% para custeio do plano de saúde, previsto no estatuto da empresa, e essa situação pode ficar ainda mais crítica. Por isso, estamos na luta pela revogação dessa resolução e para derrubar o limite de 6,5% do estatuto da Caixa”, explicou.

A comissão foi criada após manifestação dos trabalhadores em frente ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, em Brasília, no dia 29 de novembro. O prazo para conclusão dos debates é de 90 dias.

FONTE: CONTRAF

Veja outras notícias

Terceira mesa sobre custeio da Cassi reforça premissas das entidades

Representação dos associados reforça defesa do modelo 70/30 e cobra responsabilidade do banco com egressos de instituições incorporadas A terceira rodada de negociações sobre o custeio da Cassi foi realizada nesta terça-feira (13). A discussão, que envolve...

CEE cobra dados do Saúde Caixa

Gestão Carlos Vieira não garante acesso às informações do plano de saúde referentes ao período solicitado para análise prospectiva robusta, para subsidiar as negociações com o banco A representação das empregadas e empregados da Caixa Econômica Federal solicitou para...

Em 2025, vai ter Consulta Nacional dos Bancários e Bancárias!

Queremos saber de você, bancário/bancária! Qual é a sua opinião sobre o seu trabalho? O que gostaria que melhorasse? O que pensa das condições salariais e da realidade do setor? Sua participação é muito importante! Neste ano a categoria bancária não terá a campanha...