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CRISE DEIXARÁ ATÉ 90 MILHÕES A MAIS DE PESSOAS DESNUTRIDAS, DIZ ONU

 

A atual recessão global, que ganhou força a partir de setembro do ano passado, reverteu 20 anos de declínio na pobreza mundial e deve elevar em até 90 milhões de pessoas o número de desnutridos, disse nesta segunda-feira o secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), Ban Ki-moon.

A estimativa, que consta do "Relatório das Metas de Desenvolvimento do Milênio", divulgado hoje em Genebra (Suíça), sugere que 17% da população mundial (estimada em 6,8 bilhões) estará em condição de pobreza extrema até o fim deste ano.

"Em 2009, estarão vivendo na pobreza extrema entre 55 milhões e 90 milhões de pessoas a mais que o estimado antes da crise mundial", diz o documento. As Metas do Milênio são um conjunto de diretrizes fixadas pela ONU para reduzir pela metade, até 2015, os níveis da pobreza extrema de 1990. O programa inclui ainda a redução da mortalidade infantil e a garantia da sustentabilidade ambiental, entre outros objetivos.

O relatório aponta ainda para o declínio na ajuda externa a países pobres, o que pode provocar ainda mais casos de violência e de doenças. O secretário-geral da ONU pediu ainda ao G8 (grupo dos sete países mais ricos e a Rússia), que se reunirá na Itália entre os dias 8 e 10 deste mês, para ampliar as ajudas, especialmente para a África.

"A credibilidade do sistema internacional depende do quanto os doadores oferecerem", afirmou. "A decência humana e a solidariedade global exigem que nos mobilizemos pelos mais pobres e mais vulneráveis dentre nós."

Ele destacou os compromisso assumidos pelo G8 de aumentar as ajudas financeiras e técnicas ao países em desenvolvimento para que atinjam as Metas do Milênio até 2010 para US$ 50 bilhões,metade desse montante para a África. Mas a ajuda ainda está ao menos US$ 20 bilhões abaixo da meta, destacou.

FAO

No último dia 19, a FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação) informou que a barreira de 1 bilhão de pessoas que sofrem desnutrição será superada em 2009 em consequência da crise econômica mundial (a entidade define como subnutrida a pessoa que ingere menos de 1.800 calorias por dia).

O número supera em quase 100 milhões o do ano passado e equivale a uma sexta parte aproximadamente da população mundial, destaca a agência especializada da ONU.

Segundo as estimativas da FAO, baseadas em um estudo do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, "a maioria das pessoas subnutridas vive em países em desenvolvimento".

O número de subnutridos no mundo passou de 825 milhões –no período de 1995 a 1997– a 873 milhões entre 2004 e 2006. Em 2008, o número caiu de 963 milhões a 915 milhões por uma melhor distribuição dos alimentos, mas a tendência se reverteu com o agravamento da crise econômica e financeira do fim do ano.

As estimativas da FAO confirmam a tendência da última década para uma insegurança alimentar maior e revelam claramente o impacto da crise nas populações mais pobres do planeta. "O aumento da insegurança alimentar que aconteceu em 2009 mostra a urgência de encarar as causas profundas da fome com rapidez e eficácia", afirma a organização.

"A atual desaceleração da economia mundial, que segue a crise dos alimentos e dos combustíveis e coincide em parte com ela, está no centro do crescimento da fome no mundo", indica a agência da ONU.

 Fonte: Folha Online

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