A Esplanada dos Ministérios, em Brasília, foi tomada nesta quarta-feira (3) por 35 mil manifestantes durante a 5ª Marcha Nacional da Classe Trabalhadora, que este ano teve como lema "Desenvolvimento com valorização do trabalho". Mulheres e homens, trabalhadores do campo e da cidade, servidores públicos e da iniciativa privada lutaram bravamente contra a chuva e levantaram bandeiras, faixas e cartazes em defesa do emprego, da garantia de renda e por medidas que defendam os trabalhadores dos impactos negativos da crise financeira internacional.
Questões como a valorização do salário mínimo; defesa das reservas do pré-sal e uma nova matriz energética; ratificação das convenções 151 (que regulamenta a negociação coletiva no serviço público) e a 158 (que coíbe as demissões imotivadas), também fizeram parte da bandeira de luta da manifestação. Para o presidente da CUT Nacional, Artur Henrique, a V Marcha da Classe Trabalhadora já proporcionou resultados positivos. "É uma grande vitória reunirmos trabalhadores e trabalhadoras de todo o País, independente da central a que são filiados, neste momento de crise. Isso mostra que o povo brasileiro está pronto para a luta", afirmou.
A concentração começou às 9 horas, no estacionamento do Ginásio de Esportes Mané Garrincha, de onde os manifestantes seguiram até o Congresso Nacional, onde foi realizado um grande ato público comandado pelas centrais sindicais, com a participação de lideranças partidárias. "A marcha foi muito importante para mostrar que os trabalhadores estão unidos na defesa do emprego e discutindo o desenvolvimento do país", avalia Carlos Cordeiro, secretário-geral da Contraf/CUT.
Propostas – As centrais sindicais entregaram aos presidentes da Câmara e do Senado um documento unitário contendo 18 propostas para enfrentar a crise, entre elas a valorização permanente do salário mínimo; correção da tabela do Imposto de Renda, com menos imposto sobre os salários; e redução da jornada de trabalho, sem redução de salários.
Nesta tarde as lideranças cumprem extensa agenda de reuniões nos ministérios, que se estenderá até a quinta-feira (4). Haverá audiência com o presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia (PT-SP), que recebe uma comissão de dirigentes da CUT e das demais centrais para debater a pauta da manifestação e com o presidente do Senado Federal, Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN). Ainda na tarde de hoje, o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Luís Dulci, na companhia de integrantes da equipe econômica, também vai receber as delegações das centrais.
A CUT ainda agendou para depois da V Marcha um ato público em frente ao Ministério do Trabalho, cobrando o envio e a aprovação do projeto de lei que institui a contribuição negocial, além da revogação da instrução normativa que institui o desconto da contribuição sindical para os servidores públicos.
Amanhã (4), a partir das 9 horas, quem recebe as centrais é o ministro da Previdência, José Pimentel. No mesmo horário, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, se reúne com a Direção Executiva Nacional da CUT, no auditório do Sindicato dos Bancários de Brasília (EQS 314/315).
A concentração da V Marcha da Classe Trabalhadora aconteceu ainda de madrugada, às 5 horas. Às 10 horas, os manifestantes deram início à caminhada de nove quilômetros. A massa de trabalhadores e trabalhadoras ocuparam três das sete faixas do Eixo Monumental, rumo à Esplanada dos Ministérios, até o Congresso Nacional, onde foi realizado ato público. Parlamentares, presidentes das centrais sindicais, representantes do movimento indígena e um representante da CTA (Central de los Trabajadores Argentinos – Central dos Trabalhadores Argentinos) fizeram falações em defesa da pauta de reivindicação apresentada.
Transmissão ao vivo
A Rádioweb CUT-DF acompanhou todo o trajeto da V Marcha da Classe Trabalhadora e transmitiu ao vivo a manifestação, que pôde ser acessada ao vivo pelo Portal do Mundo do Trabalho. Com o estúdio instalado no ônibus do Sindser-DF, a Rádioweb CUT-DF proporcionou que trabalhadores e trabalhadoras de todo o Brasil e do mundo também fizessem parte da mobilização. "Essa é uma iniciativa importantíssima para a classe trabalhadora. Através de ações como essa, conseguiremos, de fato, democratizar a comunicação", afirmou a secretária de Comunicação da CUT Nacional, Rosane Bertotti.
Fonte: Contraf, CUT Nacional, CUT-DF e Agência Sindical