Com a entrada em vigor de nova regulamentação sobre as tarifas cobradas por serviços bancários , no ano passado (Resolução CMN 3.518), a receita das instituições com prestação de serviços caiu. Segundo um levantamento da Fundação Procon, o pacote padronizado de serviços sofreu uma queda média de 6,13% desde outubro do ano passado. O levantamento mostra uma redução no valor médio de R$ 21,36 para R$ 20,05 no período. Caixa Econômica Federal, Itaú e Unibanco cobram o valor mais baixo, R$ 15. O ABN Real, o mais caro, cobra R$ 27, uma diferença de 80%.
Outro estudo, conduzido pelo consultor legislativo da Câmara dos Deputados, Luiz Humberto Veiga, indica que, na comparação anual, as grandes instituições tiveram uma perda média de 6,57% em dezembro de 2008 com receita de serviços, em relação ao ano anterior. Em 2007, o incremento das receitas com serviços chegou a 21,6%, ante 2006.
Entre os bancos comparados pelo relatório – Itaú, Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal, Santander, HSBC, Votorantim e Safra-, apenas as instituições federais e o banco Votorantim tiveram ganhos nesse tipo de receita. O Banco do Brasil teve um aumento de 4,8% em seu resultado com prestação de serviços, para R$ 5,337 bilhões, enquanto a Caixa teve incremento de 6% na comparação anual, a R$ 3,735. E o Votorantim conseguiu melhorar sua receita com prestação de serviços em 12%, a R$ 328,771 milhões.
Ainda segundo Veiga, as receitas com serviços foram usadas como uma aproximação das receitas com tarifas, "uma vez que estas últimas estão inseridas nas primeiras".
Ainda segundo o estudo, é "necessário rever a possibilidade de repasse de custos de serviços de crédito contratados pelo banco para o cliente.
É importante, igualmente, repensar a possibilidade de reajuste semestral, não apenas tendo em conta que a relação bancária não é facilmente desfeita (custos de mudança), como também pelo fato de se configurar injustiça para com os demais setores da sociedade que só têm autorização legal para fazer reajustes a cada ano".
Pacote básico
A Fundação Procon também constatou que o cliente que opta por pagar as tarifas bancárias, como renovação de cadastro e remessa de talão de cheques, de modo avulso, deve conseguir uma economia de até 53,6% em relação àqueles que optam por adquirir o pacote personalizado.
A pesquisa foi feita no mês de abril, com dez instituições – Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal, HSBC, Itaú, Nossa Caixa, Real, Safra, Santander e Unibanco. O Procon informa ainda que coletou as informações no site das instituições.
O estudo concluiu que, no pacote padronizado, o valor médio gasto com os bancos é de R$ 20,05. No pagamento avulso das tarifas, o valor médio fica em R$ 10,76.
Na definição de pacote padronizado estão inclusos, pelo Banco Central, os serviços de cadastro inicial e renovações, oito saques mensais, seis extratos por mês e quatro transferências entre contas do próprio banco.
A variação entre os valores cobrados por cada banco perfaz uma diferença de 80%. Para a avaliação, o Procon considerou um perfil hipotético, que use uma remessa domiciliar de talão de cheques, duas renovações de cadastro e demais serviços gratuitos até o limite estipulado pelos bancos.
A entidade verificou ainda uma diferença de até 300% nas tarifas cobradas pelas instituições. No cheque de transferência bancária, o maior valor cobrado foi verificado no HSBC, de R$ 1,60, ante uma tarifa de R$ 0,40 do Itaú Unibanco. O valor médio verificado do serviço foi de R$ 1,17.
Com a limitação do período em que os bancos podem reajustar suas tarifas, os ganhos com a cobrança por prestação de serviços caíram 6,13% desde outubro do ano passado, segundo a Fundação Procon.
Fonte: DCI