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GASTO DO BRASILEIRO NO EXTERIOR RECUA MAIS EM SETEMBRO, DIZ BC

Os gastos dos brasileiros com viagens internacionais, que já vinham subindo, se elevaram ainda mais em setembro em relação ao ano passado, mas caíram na comparação com julho e agosto deste ano, após uma forte alta da cotação do dólar, informou nesta terça-feira (25) o Departamento Econômico do Banco Central.

No mês passado, totalizaram US$ 1,776 bilhão em termos brutos, mais do que em setembro do ano passado (US$ 1,58 bilhão). Caíram, porém, em relação a agosto (US$ 1,9 bilhão) e julho (US$ 2,19 bilhões) deste ano.

Em nove meses, as viagens dos brasileiros ao exterior demandaram US$ 16,059 bilhões, ante US$ 11,471 bilhões em igual período de 2010. Descontando o que os viajantes estrangeiros gastaram dentro do país, as despesas com esse item da conta de transações correntes foram de US$ 1,256 bilhão no mês e de US$ 11,074 bilhões desde o início de 2011.

Houve aumento em relação 2010, quando esses gastos somaram US$ 1,126 bilhão em setembro e US$ 7,157 bilhões em nove meses.

TRANSAÇÕES

As transações correntes do Brasil com o exterior resultaram em deficit de US$ 2,2 bilhões em setembro. Com isso, o fluxo negativo acumulado desde o início de 2011 chegou a US$ 35,98 bilhões.

Devido ao movimento de capitais, no entanto, o balanço de pagamentos externos como um todo registrou resultado positivo, ainda que menos expressivo do que em meses anteriores. Incluindo o fluxo de investimentos, empréstimos, financiamentos e outras movimentações de capital, houve superavit de US$ 808 milhões no mês, o que elevou para US$ 56,59 bilhões o saldo positivo acumulado no ano.

O deficit corrente registrado no mês foi proporcionalmente inferior ao de setembro do ano passado, quando as despesas externas do país com comércio, serviços, transferências de renda e transferências unilaterais superaram as receitas em US$ 3,95 bilhões.

Já no acumulado do ano, houve ligeira elevação, pois nos primeiros nove meses de 2010 a diferença foi negativa em US$ 35,36 bilhões.

Em relação a agosto, mês em que foi de US$ 4,862 bilhões, o fluxo negativo das despesas e receitas externas correntes também caiu em setembro, fazendo com que o deficit acumulado em doze meses passasse de US$ 49,737 bilhões para US$ 47,99 bilhões na comparação dos períodos encerrados em agosto e setembro.

Como proporção do PIB, o saldo negativo da conta de transações correntes em 12 meses caiu de 2,15% para 2,05%. Um dos grandes itens dessa conta, a balança comercial contribuiu para que o deficit não fosse ainda mais elevado. O saldo entre exportações e importações foi positivo em US$ 3,074 bilhões, bem mais do que em setembro de 2010, respondendo pela queda do deficit na comparação dos mesmos meses.

Em nove meses, a balança comercial também foi superavitária, em US$ 23,04 bilhões. Pesaram no resultado negativo da conta de transações correntes as remessas de lucros e dividendos. No mês, o país enviou a mais do que recebeu US$ 1,961 bilhão, montante superior ao de setembro de 2010 (US$ 1,628 bilhão).

No acumulado de nove meses, o valor líquido dessas remessas chegou a US$ 27,66 bilhões, ante US$ 20,908 bilhões de igual período do ano passado. Em termos brutos, as despesas do país com pagamentos de lucros e dividendos ao exterior somaram US$ 2,164 bilhões em setembro, elevando para US$ 28,74 bilhões o valor acumulado em 2011.

Em 2010, esses valores foram, respectivamente, de US$ 1,698 bilhão e US$ 21,44 bilhões. A conta de juros ficou mais alta na comparação mensal. Já descontados juros recebidos, o Brasil pagou ao exterior US$ 517 milhões em setembro, ante US$ 409 milhões de setembro do ano passado.

Já na comparação dos nove primeiros meses de cada ano, esses gastos recuaram de US$ 7,596 bilhões para US$ 6,151 bilhões.

Folha de São Paulo

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