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LUCRO DA CAIXA CRESCE NO 3º TRIMESTRE E ATINGE 2,027 BILHÕES ATÉ SETEMBRO

A Caixa Econômica Federal registrou um lucro líquido de R$ 869,9 milhões no terceiro trimestre do ano. Com isso, o seu resultado superou em 20% o registrado em igual período no ano passado, que foi de R$ 722 milhões, enquanto os principais bancos privados que divulgaram balanços até agora registram queda no resultado. No acumulado do ano, no entanto, o resultado da instituição caiu 38%, de R$ 3,265 bilhões para R$ 2,027 bilhões, sob impacto do aumento das provisões para créditos em atraso.

O desempenho do trimestre refletiu aumento do volume de crédito, que compensou os agressivos cortes nos juros cobrados nos empréstimos feitos pelo banco federal. Mas o lucro foi definitivamente impactado por uma "reversão de outras provisões operacionais" da ordem de R$ 800 milhões. As notas explicativas não informam que provisões eram essas.

Os juros médios cobrados pela Caixa caíram 10,7 pontos percentuais no período de 12 meses encerrado em setembro. Parte disso (4,7 pontos) é o simples repasse da queda dos custos de captação, que se tornaram menores em virtude dos cortes feitos pelo Banco Central na taxa básica de juros. O resto (6 pontos) é o corte no "spread" bancário da Caixa. Apesar dos juros menores, a receita da Caixa com operações de crédito aumentou 33,7% no período. A equação teve resultado positivo porque, no período, a carteira de crédito teve uma expansão de 61,9%.

A carteira de crédito da Caixa avançou num ritmo mais forte que o conjunto de bancos públicos, que apresentaram um crescimento de 39% no período. O conjunto de empréstimos dos bancos privados nacionais se expandiu em 7% e, nos privados estrangeiros, 2,4%.

Os cortes de juros feitos pela Caixa ocorreram sobretudo no início do ano. Embora a carteira de crédito já viesse em forte expansão, os ganhos em receita de crédito nos primeiros trimestres ainda foram modestos e ofuscados por despesas extraordinárias. Agora, os resultados aparecem de forma mais nítida. "No terceiro trimestre começamos a colher de fato os ganhos da combinação de cortes de juros e aumento de volumes", afirma o vice-presidente de controle e risco, Marcos Vasconcelos.

O banco teve, por outro lado, queda nos índices de inadimplência, enquanto o mercado como um todo apresentava a deterioração das carteiras. Em parte, isso é resultado da aposta em segmentos de menor risco e com mais garantia, como os empréstimos consignados e os imobiliários.

O aumento do crédito, por outro lado, levou à expansão das captações. A participação da Caixa no mercado de depósitos a vista, por exemplo, saiu de 9,8% para 11,8% entre setembro de 2008 e de 2009. Em parte, isso foi efeito da crise, que fez com que clientes transferissem seus recursos para bancos considerados mais seguros.

Mas também há ganhos em virtude do estreitamento do relacionamento do banco com os seus clientes. "Muitas empresas vieram para a Caixa na crise atrás de crédito", afirma o vice-presidente de finanças do banco, Marcio Percival. "Agora, essas empresas estão aumentando o relacionamento com o banco, aumentando depósitos."

O crédito consignado aumentou 66,8% nos 12 meses terminados em setembro, chegando a um volume de R$ 14 bilhões. Com isso, o crédito consignado se consolida como a segunda carteira mais importante no banco, atrás apenas dos financiamentos imobiliários.

A Caixa se aproveitou da retração dos bancos pequenos e médios, que sofreram problemas de falta de liquidez em virtude da crise financeira internacional, para avançar no segmento de consignado. Os bancos menores voltaram a conceder empréstimos nos últimos meses, mas a Caixa tem conseguido manter a posição. O crédito para habitação para pessoas físicas registrou expansão de 52% nos 12 meses encerrados em setembro, chegando a um volume de R$ 61 bilhões.

O financiamento imobiliário a empresas cresceu 156%, atingindo R$ 1,7 bilhão. O volume é ainda pequeno porque, até recentemente, a Caixa praticamente não emprestava para empresas.

A Caixa continuou a ter um bom desempenho nos empréstimos para capital de giro, cuja carteira chegou a R$ 17 bilhões em setembro.

Os negócios na área foram impulsionados pela crise financeira, quando outros bancos cortaram crédito para empresas. De junho a setembro, a carteira de capital de giro teve uma expansão de 14,3%.

Fonte: Valor Econômico

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