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PERDIGÃO E SADIA CONFIRMAM MEGAFUSÃO QUE CRIA A BRASIL FOODS

 

A Sadia e a Perdigão anunciaram oficialmente nesta terça-feira, por volta das 9h, a fusão entre as duas empresas, conforme antecipado por Cristiane Barbieri na edição desta terça-feira da Folha. "Da associação resultará a BRF Brasil Foods S.A. com sede social na cidade de Itajaí, Santa Catarina", informaram as empresas em comunicado conjunto enviado ao mercado.

As empresas convocaram entrevista coletiva em São Paulo para esclarecer dúvidas sobre a transação. Participam os presidentes dos conselhos da Sadia, Luiz Fernando Furlan, e da Perdigão, Nildemar Secches –ontem, eles jantavam em um restaurante em São Paulo enquanto o contrato era assinado.

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Segundo o comunicado, o acordo foi aprovado pelos Conselhos de Administração das duas empresas e ainda precisa passar por adesão dos acionistas de ambas. "A concretização da associação também depende da apresentação da operação aos órgãos antitruste de outras jurisdições nas quais essa exigência legal seja necessária, em virtude de a Perdigão e a Sadia possuírem operações."

Entre esses orgãos estão, por exemplo, o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e a SDE (Secretaria de Direito Econômico).

No processo de fusão previsto, a Perdigão muda de nome para BRF e a Sadia para HFF, e em seguida ocorre a incorporação das ações da HFF pela BRF. Os Conselhos de Administração das duas empresas serão formadas pelas mesmas pessoas, e o presidente de uma será co-presidente da outra.

A Brasil Foods ainda realizará uma oferta pública de ações no valor estimado de R$ 4 bilhões, que segundo as empresas tem o objetivo de captar recursos. Conforme as empresas, as ações da Brasil Foods continuarão a ser negociadas no Novo Mercado, ambiente da Bovespa que exige maior grau de governança corporativa e em que hoje está listada a Perdigão.

O comunicado não menciona a participação do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) no negócio, mencionado como um dos investidores na oferta.

Brasil Foods

A nova empresa nasce com os apostos de décima maior empresa de alimentos das Américas, segunda maior indústria alimentícia do Brasil (atrás apenas do frigorífico JBS Friboi), maior produtora e exportadora mundial de carnes processadas e terceira maior exportadora brasileira (atrás de Petrobras e da mineradora Vale).

Com 119 mil funcionários, 42 fábricas e mais de R$ 10 bilhões em exportações por ano, a gigante surge com um faturamento anual líquido de R$ 22 bilhões.

A fusão foi concretizada depois de meses de negociações. A elaboração final do contrato, informa a reportagem, foi marcada por muitas idas e vindas entre advogados e executivos de bancos de investimentos envolvidos no acordo.

As discordâncias eram com relação ao valor patrimonial do banco Concórdia, que pertence à Sadia. Desde o início, estava decidido que a área financeira do grupo ficaria fora da BRF. A avaliação de seu valor para baixo, no entanto, significou milhões de reais a menos em ações, para os acionistas da Sadia.

 Folha Online

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