A retirada de parte das medidas macroprudenciais, no início de novembro, tiveram efeito imediato sobre a concessão de empréstimos do Banco do Brasil (BB) para consumidores. Os desembolsos do banco em novembro na forma de créditos pessoa física foram de R$ 5,5 bilhões, 57% superior à média mensal do ano, que entre janeiro e novembro ficou em R$ 3,5 bilhões.
Até então, o melhor resultado foi registrado em agosto, quando o BB desembolsou R$ 3,9 bilhões em crédito a pessoa física.
Segundo Paulo Caffarelli, vice-presidente do Banco do Brasil, o ritmo de aceleração verificado em novembro está se repetindo em dezembro.
"O desempenho em novembro ocorreu devido à retirada das medidas macroprudenciais", afirmou Caffarelli.
Capitalização
Em café da manhã com jornalistas, o Banco do Brasil descartou a necessidade de o governo aumentar o capital do banco, pelo menos até a publicação das novas regras de exigência de capital e liquidez que as instituições financeiras deverão seguir a partir do novo acordo de Basileia.
"Qualquer número antes de Basileia 3 é chute", disse o vice-presidente de gestão financeira, mercado de capitais e relações com investidores, Ivan de Souza Monteiro.
Ontem, o governo autorizou a capitalização do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em até 400 milhões e da Caixa Econômica Federal (CEF) em até R$ 500 milhões para fortalecer a posição dos bancos oficiais e ampliar a capacidade de concessão de crédito em 2012.
Segundo Souza Monteiro, o Índice de Basileia do BB deve fechar 2011 acima dos 14%, superior tanto à exigência do BC, de 11%, como à dos conselheiros do banco, de 13%.
De acordo com o último balanço do banco, o indicador do BB estava em 14,52%. O vice-presidente disse não ver necessidade de uma capitalização agora, mesmo em meio à deterioração do mercado global e a atuação mais forte do BB na oferta de crédito. No mundo todo, os bancos têm até 2019 para se adaptar às normas de Basileia 3.
Valor Online