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TAXAS BANCÁRIAS CAEM A ZERO SE O CONSUMIDOR RECLAMAR

 

As tarifas bancárias incomodam você?
Pois saiba que é possível escapar de algumas delas. Muitas vezes, um simples telefonema vai livrá-lo da anuidade do cartão de crédito. Em outros casos, pode não ser tão simples assim, mas quem já tentou conta que vale a pena brigar. O dinheiro economizado parece pouco, mas faz diferença no orçamento, dizem especialistas em finanças.

O consumidor tem que estar mais participativo. É como se os bancos contassem com a indisposição dos clientes em exigirem seus direitos. É algo na linha: ‘Vamos cobrando, se ele não questionar, a gente continua cobrando, diz a economista do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), Ione Amorim.

Questionar, portanto, é palavra de ordem. Isso vale principalmente para a anuidade do cartão de crédito, a tarifa por renovação cadastral e o valor pago pelo pacote de serviços. Ao olhar o extrato e ver uma tarifa, tem que ligar para o gerente e pedir o estorno. A maioria dos bancos estorna depois de uma reclamação, principalmente as administradoras de cartão de crédito. Já vi casos de anuidade de R$ 200 que, só por você ligar, só de ouvirem a sua voz, eles dão 90% de desconto, conta o consultor financeiro Leandro Martins, autor de Aprenda a Investir: saiba onde e como aplicar seu dinheiro.

Outro costume do banco é cobrar pela renovação cadastral. E parece ficção: você vai deixar seu dinheiro aplicado e suas movimentações financeiras no mesmo banco por mais um ano, e ele ainda cobra por isso.

Eles sempre vinham com uma taxa de cadastro anual, e no fim era uma taxa só porque o sistema atualizava todo ano o endereço, conta a especialista em comércio exterior Elmi Filipin Castro, que está acostumada a bronquear com os bancos para não pagar tarifas que ela considera abusivas. A última batalha foi exatamente por conta da renovação do cadastro.

E, de tanto insistir, ela ganhou até presente. Um dia eu fui lá e briguei com a gerente, disse que ia cancelar a conta, e depois nunca mais tive problema. Dois dias depois eles me ligaram e me deram presente, disseram que eu tinha mostrado uma falha deles. A verdade é que o banco tem um giro muito grande com o seu dinheiro, então eu acho que você não tem que pagar por nada. Eles é que tinham que te agradecer, considera Elmi.

Serviços

Além de questionar as instituições, o correntista que quer economizar precisa se perguntar se está mesmo usufruindo de todo o pacote contratado com o banco. Afinal, para negociar uma redução de tarifas, muitas vezes é preciso uma moeda de troca. O banco vai dar uma tarifa menor somente se você tiver outro atrativo. Ou seja, a perda que ele vai ter com a tarifa menor vai ser compensada com outro segmento, como a aplicação por exemplo, explica o economista Christian Luiz da Silva, professor da PUCPR e do Cefet.

Há uma outra situação, diz ele, em que o correntista não tem esse poder de negociação, mas acaba adquirindo do banco serviços que ele não utiliza. É como se ele estivesse comprando algo que ele não consome ou nunca pensou em consumir. Neste caso, vale a pena trocar o pacote contratado por outro, que pode ser mais barato ou até mais caro, desde que mais adequado ao seu perfil.

Nesta linha, o Instituto de Defesa do Consumidor recomenda a abertura de uma conta com os chamados serviços essenciais. Ao comparar essa conta com os pacotes pagos de dez bancos, o Idec descobriu que, mesmo adicionados de uma operação mensal de DOC, os essenciais podem valer muito a pena: optar pelos pacotes pagos fica até 204% mais caro.

O consultor Leandro Martins recomenda ainda migrar para o segmento de primeira linha dos bancos, chamados de private, prime ou premier, entre outros. Eu falo por experiência própria, porque eu migrei para segmentos prime de dois bancos. As tarifas foram a zero e o atendimento é muito melhor. Muitos acham que é preciso ter muito dinheiro para entrar nesse segmento, mas isso não é verdade. Dependendo do saldo aplicado ou do seu salário, já é possível.

Reajustes chegaram a 300%

Apesar da obrigatoriedade de padronização da nomenclatura e de transparência das tarifas (medidas que visam aumentar a concorrência), o preço dos serviços bancários aumentou. Pesquisa do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec) mostra que, nos últimos 11 meses (desde que entraram em vigor estas normas), o valor das tarifas bancárias em sete bancos com mais de 1 milhão de clientes subiu 7,6 vezes a inflação acumulada no período. Em alguns casos, o reajuste nas taxas foi de 300%.

O Idec entende que a resolução e a circular deveriam trazer maior transparência e competitividade para os bancos. E a gente vê que nenhuma tarifa sofreu redução. O movimento mostra que o que se busca é o topo, e não um preço mais competitivo, diz a economista do Instituto Ione Amorim.

Com um reajuste após o outro, a receita dos bancos com as tarifas tem crescido nos últimos anos. Para muitos deles, o total arrecadado só com essas taxas de serviço já paga, com folga, a folha de pagamento dos funcionários que é o principal custo de operação de uma instituição financeira.

Pelas contas do Instituto de Ensino e Pesquisa em Administração (Inepad), com base nos balanços de cinco bancos, apenas a Caixa Econômica Federal não conseguiu pagar os funcionários com a receita das tarifas no ano passado ainda assim, elas representaram 87% do valor da folha. Já Bradesco, Banco do Brasil, Itaú e Santander conseguem pagar todo o pessoal com as tarifas e ainda sobra dinheiro no caixa.

Seus direitos

A portabilidade permite que o cidadão leve seu histórico financeiro e cadastral para o banco de sua conveniência, e é uma carta na manga na hora de negociar tarifas ou mudar de instituição financeira.

Portabilidade Cadastral

Saiba mais Você pode fugir das tarifas O que é?
Permite que o cidadão solicite ao banco suas informações cadastrais como o saldo médio mensal em conta, o histórico das operações de empréstimo e de financiamento, entre outros.

Como fazer?

O cidadão deve solicitar diretamente à instituição. O banco é obrigado a prestá-las no prazo máximo de 15 dias, e deve ter disponível as informações relativas a, no mínimo, os doze meses imediatamente anteriores. Os bancos também são obrigados a fornecer as informações a terceiros, desde que devidamente autorizados pelo interessado.

Quanto custa?

Depende da tabela de tarifas em vigor em cada banco.

Portabilidade do Crédito

O que é?

Permite que o cidadão transporte seu saldo devedor para outro banco que ofereça melhores condições contratuais.

Como fazer?
O cliente, após escolher a nova instituição financeira com a qual irá operar, quitará seu saldo devedor junto ao banco original com recursos transferidos eletronicamente pela nova instituição.

Quanto custa?
Os custos relativos à transferência eletrônica necessária para quitar o saldo devedor não podem ser repassados ao cliente. Já a liquidação antecipada do saldo devedor pode ser objeto de tarifa.

Conta Salário

O que é?
A conta salário possibilita o recebimento do salário por meio de contas especiais, isentas de tarifas. O salário pode ser também transferido totalmente para a instituição da escolha do cliente.

Como fazer?
O cliente deve comunicar ao banco, por escrito (ou por meio eletrônico), a conta de depósitos a ser creditada. O banco deve atender ao pedido dentro do prazo máximo de cinco dias úteis.

Quanto custa?
O banco contratado pela empresa não pode cobrar nenhuma tarifa para fazer a transferência do valor integral da conta salário para a conta indicada em outro banco, nem qualquer outra tarifa sobre a conta salário.

Como fica o crédito consignado?

Se o cliente já tiver um crédito consignado, ou outro tipo de empréstimo ou financiamento descontado em folha, junto ao banco contratado pela empresa para recebimento do salário, o valor depositado na conta salário já virá deduzido da prestação correspondente.

Em caso de recusa

 

O cidadão deve entrar em contato com a central de atendimento do Banco Central pelo telefone 0800-979-2345 ou pelo site www.bcb.gov.br/?faleconosco. (Fonte: Banco Central do Brasil)

Fonte: Gazeta do Povo

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